Por mais que essa postagem pareça ser meio triste ou negativista, enumerando livros dos quais não gostei e que eu gostaria de esquecer ter lido, é bem o contrário. Hoje estou aqui para falar sobre livros fantásticos que eu gostaria de esquecer.

Essa de querer esquecer uma história realmente tem dois lados. Afinal de contas, tem vezes em que achamos algo tão ruim, mas tão ruim que pensamos sobre todas as coisas que poderíamos ter feito no tempo que gastamos lendo ou vendo algo assim: talvez ir à praia, tomar um café, comer um sushi, limpar a casa, ou, meramente, ler alguma outra coisa.

Do outro lado da moeda, estão aquelas histórias maravilhosas que você quer esquecer única e exclusivamente para poder ler de novo, se maravilhar de novo, se espantar e surpreender de novo. Aquelas com reviravoltas tão estupendas que você tem que fechar o livro e correr para a rua, em êxtase, balançando os braços no alto e gritando como um neandertal. E, às vezes, pular em cima dos transeuntes e gritar no ouvido deles: "EU NÃO ACREDITO QUE ISSO ACONTECEU!", para em seguida sair correndo de novo.

Mas, depois que você passa por uma situação dessas, é praticamente impossível de esquecer o que você leu. Sério. A história é tão boa, mas tão boa, que seu cérebro se recusa a apagar aquela lembrança, por maior que seja seu esforço. Afinal de contas, você gostou tanto que mal consegue parar de pensar nisso, o que faz com que aquelas palavrinhas fiquem gravadas no seu cérebro como aquele fantasma verde na retina depois de olhar pra piso branco em dia de Sol.

Os livros que vou listar estão em um lento e gradativo processo de esquecimento da minha parte. Faz um tempo considerável que os li, e estou me esforçando pra não pensar muito sobre eles. Por que só assim vou conseguir lê-los de novo e me encantar de novo. Também coloquei a porcentagem que considero que já esqueci, da história (ou seja, se for de 45%, significa que eu ainda lembro de 55% da história). Aí vai!





5 - "Suicidas", de Raphael Montes
Nível de esquecimento: 30%

O primeiro livro é um nacional! "Suicidas" é o livro policial de estreia do meu amigo de longa data do Orkut (é, bons tempos) Raphael Montes. Eu até poderia estar puxando saco pelo fato de ele ser meu amigo, ou pelo fato de ele ter se tornado incrivelmente famoso e eu querer uma indicação para alguma editora ou agência famosas, mas não. O livro é realmente muito bom. Fantástico, na verdade. Do nível me fazer querer perder minha aula e ficar dentro do ônibus municipal pra poder continuar lendo (não, isso nunca aconteceu). A história é cativante, as personagens são verossímeis, as situações são aterradoras e até assustadoras. Tem coisas que nos deixam com nojo e outras que me fizeram ter receio em finalmente conhecer o Raphael, com medo do monstro que ele poderia ser, por pensar nisso. Mas no final das contas, o livro é extremamente recomendável.
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4 - "O Fim da Eternidade", de Isaac Asimov
Nível de esquecimento: 30%

Eu li essa história originalmente porque tinha ficado incomodado pelo fato de o título já existir e eu querer usar no meu "Agora eu Morro". Decidi ver se o livro era tão bom quanto o meu e terminei a história com vergonha de ter pensado em compará-los. "O Fim da Eternidade" é simplesmente estupendo, com reviravoltas incríveis e reflexões sobre o tempo e o espaço que transcendem nossas mentes e as explodem. A cada nova revelação eu precisava respirar fundo com a grandeza dela antes de continuar. É uma pena que as personagens sejam tão esquisitas e superficiais. Se fossem mais aprofundadas, a história seria ainda melhor. Ainda assim, eu queria esquecê-la para poder ler de novo!
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3 - "O Preço da Imortalidade", de Felipe Santos
Nível de esquecimento: 70%

O terceiro é de um colega do selo Novos Talentos da Literatura Brasileira, da editora Novo Século, pelo qual meu primeiro livro foi publicado. A história que o Felipe construiu é muito boa, mas acho que a principal característica dela é o clima que ele conseguiu gerar. É bastante medieval, com uma pegada muito bem acertada que nos faz sentir naquela época suja e esquisitona, misturados com vampiros e todo tipo de jogo de poder e fantasia. Na verdade não vou falar muito, porque esse livro eu estou esquecendo com prazer. Quem sabe em breve já estarei pronto para lê-lo de novo!
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2 - "A Luneta Âmbar", de Philip Pullman
Nível de esquecimento: 20%

É uma pena que essa história esteja tão bem marcada na minha mente, porque eu gostei muito dela. Tem tanta coisa interessante, tanta coisa em que se pensar, e tanta crise existencial pra ser desencadeada que eu queria passar por todo esse sofrimento de novo. Eu até li uma segunda vez, e foi ainda mais emocionante. Eu simplesmente me lavei chorando, a ponto de nem enxergar mais as páginas do livro e ter de parar pra limpar as lágrimas. Só que essa emoção é muito intrínseca e específica... na primeira vez em que eu li, eu não tinha captado toda a profundidade do que estava sendo contado. Quando eu entendi... nossa, é lindo. Toda a trilogia "Fronteiras do Universo" vale a pena, mas "A Luneta Âmbar" é fantástico além da conta.
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1 - "O Selo Médici", de Theresa Breslin
Nível de esquecimento: 90%

E este é o livro que me motivou a escrever esse post! "O Selo Médici" é uma história que se passa na Itália renascentista, em que... bem que eu gostaria de saber. Eu não tenho mais uma noção muito clara do que se passa no virar das páginas. Lembro que envolve o Leonardo da Vinci, o que é algo muito legal. Lembro dos primeiros acontecimentos, mas o resto é só um borrão do qual me restam poucas imagens. É uma história pouco conhecida, com uma pegada mais histórica. O importante mesmo é que eu lembro de ter adorado. O pior de tudo é que eu ainda me lembro vividamente da revelação do final... o que significa que falta muito pouco para eu poder ler ele! Só que o final tem sido difícil de apagar da memória.
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E quanto a você, leitor? Que livros gostaria de poder esquecer só pra ler de novo? Conte aqui nos comentários!

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Postado pelo Fabio