A tal da vida adulta

21:25


Vamos falar sobre a vida adulta. Aquela que todo mundo imagina que vai ser maravilhosa aos 10-12-15 anos, e que, na verdade, é complicada... mas também traz muitas coisas boas!


Quem é que disse que crescer tem como condição saber o que se quer fazer pra sempre, não é? Tantas coisas fazem a gente pensar nisso todos os dias, mas é difícil simplesmente se desapegar dos valores e pressões da sociedade quando se tem 17 anos e se está prestes a escolher um curso na faculdade, ou qualquer outro caminho, para a vida toda. Nessa idade, nenhum de nós consegue perceber que isso tudo é passageiro, e que nada é obrigatório - ou não deveria ser. Bom mesmo seria se essa fase fosse um pouco menos confusa na cabeça dos adolescentes e pudesse ser uma época mais bonita, mais fácil de ultrapassar.

Eu gostaria muito, por exemplo, que o ensino do Brasil seguisse o exemplo dos EUA, onde os alunos estudam no ensino médio matérias de interesse deles, já direcionando-os para a faculdade, 4 anos depois. Ou seja, o ensino médio existe com um objetivo maior, e possibilita aos alunos mais novos escolherem disciplinas que se encaixam com suas habilidades e expectativas para o futuro. Não é à toa que vemos muitos filmes onde os alunos recebem bolsas de estudo com base em suas notas do colégio, até porque eles já estudam temas relacionados ao curso ao qual eles se inscrevem no final do ensino médio. Não seria bacana os adolescentes escolherem suas próprias disciplinas desde o primeiro colegial? Seria importante para desenvolver a capacidade dos estudantes de tomarem decisões com base em seus gostos, e uma forma mais tranquila de passar pela transição no fim do curso.

A questão toda durante a vida adulta, que muitos consideram começar mesmo na faculdade, é essa dificuldade que muitos possuem em decidir, de fato, o que querem estudar e tomar como profissão. Essa escolha norteia a vida de muita gente, mas poderia ser levada como uma etapa a mais no caminho do crescimento pessoal de cada um de nós. Se for levado em consideração que qualquer curso pode ensinar alguma coisa e criar formas diferentes de ver a vida, então sempre existirá o benefício.



O mais importante a se ter em mente nessa transição para a vida adulta são as responsabilidades. Todo mundo sabe que elas existem mais intensamente depois de uma certa idade, mas a forma como as encaramos é o que determina como será a nossa vida. Afinal, se pensarmos em cada responsabilidade ou atividade como um fardo, nossa vida inteira se tornará um. Se fizermos o contrário, tentando pensar em cada escolha e consequência das nossas ações como um passo pequeno na busca de nossos objetivos, tudo pode se tornar mais leve.

E se essas responsabilidades forem relacionadas àquela profissão que amamos, e que escolhemos para nós, então é ainda mais bacana sempre pensar por esse lado positivo: nós escolhemos, nós amamos o que fazemos; então, será mesmo que devemos tentar estragar esse sentimento bom com algum tipo de pensamento pessimista? Eu digo que não! Já conheci muitas pessoas que lidavam com os problemas de forma negativa. Essas pessoas, em tese, escolheram o que gostariam de fazer da vida, passaram por todas as etapas de formação e, mesmo assim, criavam motivos para criticar a própria situação e profissão, de forma a fazer parecer que aquilo tudo era uma obrigação. Se a postura que adotarmos em relação às nossas escolhas for essa, tudo o que fizermos terá um peso muito maior do que teria se nosso olhar fosse diferente.

O fato de que precisamos dar grandes passos para alcançar algum objetivo específico, seja um intercâmbio, um novo cargo, uma oportunidade nova, é outro motivo para noites insones. Esses passos nos assustam, assustam mesmo, mas, no fundo, precisamos entender que também fazem parte dessa longa caminhada em busca da plenitude. Hoje mesmo li um relato de um editor que saiu do emprego em uma editora super bacana por conta própria, para continuar trabalhando com sua maior paixão, que é escrever. Esse foi um grande passo, e depende de coragem, mas se não houver um pouquinho de coragem em cada um de nós, como vamos chegar aonde queremos? Sem essa adrenalina por dar grandes passos, a vida seria monótona, as coisas seriam fáceis. Mas quem, afinal, quer que algo seja fácil? Não é muito mais saudável que o resultado, mesmo que suado, seja fruto de escolhas que nós mesmos fizemos? Fruto daquilo que nós, em plena consciência, corremos atrás por paixão, ou qualquer outro impulso verdadeiro?



O que devemos parar de pensar é na idade, assunto que vai e volta nas rodas de conversa. Quem disse que pra entrar na faculdade existe idade? Quem disse que aos 30 precisamos ter nosso próprio negócio? Quem disse que aos 20 e poucos já precisamos ser adultos, ter um trabalho que não gostamos e um chefe de quem reclamamos? E quem disse que não possam existir pessoas que possuem todos esses objetivos? O mais importante é o ponto de vista e, mais importante do que isso, o que queremos para nós mesmos. Se você quer um emprego em turno integral que pague um bom salário, ótimo! Se você quer viajar pelo mundo até cansar, show de bola! Se você quer criar uma empresa e ter seus próprios funcionários, massa! Se você quer viver sendo freelancer para diversas empresas diferentes, vá em frente! O que importa mesmo é a SUA vontade, o que te levou a escolher qualquer uma dessas coisas, o que te impulsionou nesse caminho. Se você decidiu o que quer que seja por si próprio, se essa decisão partiu da sua paixão por alguma coisa ou por necessidade, esse é o caminho certo, pois foi você quem escolheu e é você quem irá arcar com as consequências disso tudo. Sabemos que podem ser boas ou ruins, mas se forem encaradas como forma de crescimento, tudo vai ser mais tranquilo.

O que eu aprendi, mesmo com pouca idade, é que o mais importante é conviver com suas escolhas com a certeza de que é isso o que você quer fazer, dar um passo de cada vez, e fazer as escolhas de acordo com o que o caminho apresenta. Eu escolhi uma profissão que tem tudo a ver comigo, mas, ainda assim, não posso dizer que é fácil. Nada é fácil! Estou me adaptando aos poucos a essa vida de adulta, mas todas as vezes que penso no quanto eu amo o que eu faço, me sinto a pessoa mais sortuda do mundo! Assim, as dificuldades e os obstáculos nunca parecem maior do que a certeza que eu tenho de que é isso o que eu quero fazer por toda a minha vida. Você consegue entender que também são as escolhas que definem como serão os resultados?

Talvez se você entender tudo isso, lá no final você vai poder olhar para trás e ver que não se arrependeu de suas escolhas, mesmo que o caminho tenha sido uma montanha russa. O que importa mesmo é que você chegou, e que a vida adulta é uma fase, passageira como qualquer outra!

Postado pela Ina.

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1 comentários

  1. Achei o texto muito bom!
    Uma das coisas que eu costumo pensar sobre a vida adulta é o quanto eu achava que tudo estaria resolvido, como eu teria um emprego bacana, num lugar bacana, ganhando um dinheiro bacana, com um carro bacana e tudo o mais bacana. Hoje em dia a maior parte dessas metas já não é mais uma meta; eu sou muito feliz sendo freelancer; eu posso estar em qualquer lugar; o dinheiro é uma ferramenta, não um fim; e eu nem gosto tanto assim de carros, mais.
    Acho que a melhor definição para a vida adulta (ou para a vida em geral) é: Uma Bagunça Total. Uma Confusão Completa. Porque por mais que achemos que aquelas pessoas que admiramos tenham uma vida una e estável... na verdade, elas estão tão confusas quanto nós. A vida inteira é uma confusão total, e talvez o melhor conselho seja o de simplesmente não se levar a sério demais. Tem tão pouca coisa digna de preocupação real... o melhor é rir na cara dos problemas e seguir em frente. :)

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