Mamma mia! Viagem pela Itália: Milão
14:52Então, logo depois de voltarmos do Brasil para Portugal eu disse pra Ina, em meio àquela sensação de saudades de casa, que a gente ia viajar mais pra compensar e pra distrair a mente desse tipo de coisa. Decidido ficou que a primeira viagem seria para a Itália - porque ela é descendente de italianos e fez oito (ou nove? Ou oito?) anos de italiano, então nada mais justo.
É verdade que eu, pessoalmente, já tinha ido pra Itália com os meus pais e minha irmã em 2005, mas aquela viagem foi um tour meio geralzão pela Europa, e dessa vez eu queria fazer tudo do nosso jeito, sem ter que depender de guias e horários para seguir o tempo inteiro. Não que excursões não sejam boas (aliás, são ótimas, até porque o estresse é bem menor, no geral), mas como eu e a Ina somos confirmados em arranjar perrengues, não poderíamos de jeito algum ir pelo caminho fácil.
Até porque o caminho fácil costuma ser mais caro!
A data marcada pro começo da viagem foi dia 9 de Maio de 2017. Voaríamos para Milão a partir de Lisboa pelas 7h da manhã e chegaríamos lá pelas 11h, e a partir disso seguiríamos um roteiro que passaria por Verona, Veneza, Florença e Roma. Originalmente a ideia era ir só pra Roma, mas o voo pra Milão era mais barato, e eu convenci a Ina de que valia a pena gastar um pouco mais, mas conhecer lugares que não podiam passar em branco (mais a respeito de se valeu a pena ou não no próximo post, que ela vai escrever).
Essa foto já é de Milão, de uma galeria que fica do lado da Duomo. |
DIA 0 - AEROPORTO DE LISBOA
Obviamente que, morando em uma cidade a duas horas de distância de trem do aeroporto de Lisboa a ideia de viajar às sete da manhã não era muito convidativa... o trem da manhã não chegaria a tempo, o que significava que tínhamos de ir no dia anterior. E, é claro, passar a noite no aeroporto. O que é um programa sensacional, convenhamos.
A questão é que, quando nós chegamos lá, os assentos "compridos", aqueles com três enfileirados e estofados, já estavam tomados - estrategicamente posicionados numa área semiobscurecida, a galera usando mochila como travesseiro e tudo o mais. O que nos restou foi ir para uma área um pouco diferente, onde supostamente as pessoas deveriam ir para usar seus computadores. Até tinha gente fazendo isso, mas o que mais tinha era gente tentando dormir nas ainda-que-bonitas-mas-incrivelmente-desconfortáveis poltronas verdes desse lugar. É sério, eu não sei se algum outro dia eu dormi tão mal na minha vida.
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Foi nessa noite. Note a moça ali atrás e outra pessoa no fundo. |
Claro que isso não foi problema pro rapaz que chegou pela uma da manhã e sentou bem na nossa frente. O guri parece que dormiria até em cima de uma pedra pontuda. Santo Deus!, teve um momento em que acho que só a nádega direita dele tava apoiada no banco, enquanto as pernas despontavam uma pra cada lado e a cabeça tava quase encostando no chão. Obviamente ele roncava audivelmente - o que combinou com o ronco de um senhor mais adiante, formando uma adorável composição musical marcada por uma arritmia característica.
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Outra foto já de Milão, até porque não tinha muito porque tirar fotos no aeroporto :P |
DIA 1: MILÃO
Descemos no aeroporto de Milão Malpensa e, como já imaginávamos, precisávamos nos deslocar até a cidade - porque, como de costume, o aeroporto ficava bem longe. Pegamos um trem bastante chique e consideravelmente caro (13 euros), se considerar que pagamos menos do que isso para o trecho seguinte de trem, de Milão para Verona. Tivemos de comprar o bilhete e validar na estação - e ficamos pensando, depois, que talvez comprar pela internet fosse mais barato. A questão é que compramos quase tudo antecipadamente pela internet (já fica a dica), porque em geral o valor é bem menor do que comprar na hora; mas não nos ocorreu comprar esse trecho em particular, porque achamos que era tipo um metrô. Vivendo e aprendendo!
(Para fins de registro, a primeira palavra que a Inari viu em italiano, na Itália, foi "Uscita", "Saída". Eu esperava mais, srs. italianos!, algo tipo "Mascarpone".)
Não, esse não é o trem. É só um bonde, eu achei bonitinho e tirei a foto, oks. |
Seguimos rapidamente para deixar nossas bagagens por 6 euros (6? Nem lembro mais) no Luggage Drop Off ou "Deposito Bagaglio". Passamos o que pareceu uma eternidade na fila de check-in, apavorados com os minutos passando devido ao pouco tempo que a gente ia ter em Milão - afinal, estávamos só de passagem, já que o trem pra Verona era às 18h30. Depois de deixar as malas, a ideia era ir a pé até a Duomo de Milão, uma das maiores catedrais do mundo, no centro da cidade. Isso era perfeitamente executável, mas decidimos não arriscar pra não gastar mais tempo, e descemos para o metrô.
Pegar o metrô foi bastante fácil, e tudo era bem direto ao ponto. As linhas eram claras e uma das estações era a da Duomo em si. Pagamos pelos bilhetes e embarcamos, descemos no lugar certo, tudo bem! Então subimos as escadas e tivemos a visão majestosa da-
Nenhuma foto faz jus ao tamanho da coisa, acreditem em mim. |
Dois espertalhões-aproveitadores-de-turistas nos atrapalharam bem no momento da primeira passada de olhos pela Duomo. Tentei ignorar, mas a Ina, compassiva e coisa-linda que é, não quis ser grossa e deu atenção pra eles. Eles queriam dar uma pulseirinha "presente da África" (grátis, grátis!) pra gente, e eu não quis aceitar, mas eles já foram colocando nos nossos pulsos e amarrando e já não tinha mais como negar. Aí obviamente eles pediram dinheiro - não pela pulseira bagaceira, claro, mas uma ajudinha pra tomar um café que aparentemente era do preço de um rim, porque quando vimos já estávamos com 6 euros a menos (e o cara queria 20). Enfurecidos por termos sido passados pra trás, arrancamos as pulseiras e jogamos no lixo, e eu disse à Ina pra ignorar absolutamente TUDO que fosse oferecido em ambientes como aquele com singelos "No, thanks" e pontuais "No, grazie". Foi o que fizemos durante toda a viagem, e o único outro incidente do tipo aconteceu na Praça da Espanha, em Roma, mas não vou me adiantar muito.
Fato é que, de pulsos limpos, paramos na praça e nos deixamos deslumbrar pela majestosa Duomo de Milão - e a catedral é simplesmente lindíssima! Nenhuma foto faz jus ao tamanho real da coisa. Até dá pra ter uma ideia do quão grande é, mas só a dor no pescoço de olhar pra cima é capaz de passar a sensação certa da coisa. E a fachada gótica é muito detalhada, com diversas pontas ornamentando tudo. Tiramos um zilhão de fotos na frente e decidimos tentar descobrir o que poderíamos fazer pra aproveitar a tarde que tínhamos em Milão. Percebemos que, apesar do que tínhamos lido na internet, a fila pra entrar na catedral estava bem pequena (e considerando a quantidade de voltas de barreiras de metal que a fila tinha, imagino que ela tem potencial pra ficar tão gigantesca quanto o edifício), então corremos até a bilheteria e compramos o ingresso, voltando e entrando num tempo recorde.
A Duomo de Milão por dentro. É bem maior do que parece, sério. |
Do lado de fora, decidimos comer qualquer coisa ao invés de almoçar pra valer, então comemos os lanches mais-ou-menos que a gente tinha levado. Não foi grandes coisas, mas foi o suficiente pra sobrevivermos ao restante do dia. Percebemos que havia tempo suficiente para voltarmos a pé para a estação, de maneira a vermos um pouco mais da cidade. E, ao passar pela grande galeria ao lado da catedral e sair para as ruas, vimos que o ambiente mais hostil parece ser, curiosamente, justamente a praça da Duomo. As ruas tinham um aspecto menos assustador, ainda que tenham jeito de cidade grande e problemas de trânsito e tudo o mais. Ainda assim, passeamos por elas tranquilamente, vendo as lojas famosas de grifes e butiques caras por todos os lados.
A galeria chiquérrima que fica do lado da Duomo. |
No parque. |
Aliás, não choveu de todo!
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E aqui começou o nosso relato da viagem pela Itália! Espero que vocês tenham gostado desse começo!
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O começo da nossa viagem pela Itália! :D |
Até lá!
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Postado pelo Fabio
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