Resenha - Trilogia da Louisa Clark

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Como eu era antes de Você me conquistou pelo filme. Não tinha vontade de ler o livro antes disso, mas como faço muito o caminho inverso ao da maioria, resolvi ler o livro mesmo depois do filme (e chorado incansavelmente no final, e no caminho pra casa). A Jojo é, com certeza, uma autora muito sensível, e demonstra isso em todos os livros que escreve, mas a sinceridade de Como Eu Era Antes de Você é ainda mais tocante, levando em consideração que existem, de fato, pessoas que estão na mesma situação de Will. E, muitas vezes, não se sabe como lidar com essas pessoas, então talvez o mais certo a fazer seja simplesmente amá-las, como a Lou fez, sem nenhuma condição.



Em Como Eu Era Antes de Você acompanhamos a história da cativante Louisa Clark, uma mulher ingênua, quase menina, que não viveu muitas aventuras em sua vida até o momento em que precisa procurar outro emprego e sair de sua zona de conforto. É a partir daí que descobrimos que ela é como todos nós, uma pessoa que precisa correr atrás de um novo emprego para contribuir com a família. Quando é contratada pela família Traynor, Louisa acaba tendo que enfrentar novos desafios: cuidar de um homem que passa os dias em uma cadeira de rodas, sem muitos motivos para sorrir ou aproveitar a vida que lhe resta, pois tudo o que conheceu foi uma vida cheia de movimento e dias cheios de cores. A partir disso, a missão de Louisa, mesmo que seja uma missão que só ela conheça, é fazer seu trabalho da melhor forma possível ajudando Will a ver a beleza dos momentos que ainda vive. Apesar de mau-humor quase constante de seu patrão, Lou acaba se sentindo motivada a mudar a visão que Will tem sobre a vida, já que descobre sua intenção de não viver mais.


É com essa motivação que começamos a nos afeiçoar por Louisa. Ela nos mostra uma personalidade cativante, forte, decidida e única, mesmo que insegura em alguns momentos, o que pode servir de inspiração para todos nós. As singularidades da pessoa que ela é e a vontade dela de adquirir mais conhecimento e cultura por influência (uma boa influência, nesse caso) de Will são outros pontos que também me fizeram me apegar a ela nos três livros.



O segundo livro é tão cativante quanto o primeiro, pois vamos descobrindo junto com ela que os obstáculos não são para nos tirar dos trilhos, mas para nos fazer ver o que ainda podemos viver. Em Depois de Você, a Lou cativante, cheia de vida e de cores acaba encontrando seu lado mais cinza. Ela, obviamente, está muito focada na dor que sente devido à perda de Will, seu grande amor, então não consegue sair da caixa em que está presa desde então. Sua rotina se resume em trabalhar para pagar as contas e visitar a família quando pode, já que agora mora em Londres, depois de ter viajado e comprado um apartamento com o dinheiro que Will deixou. Essa nova vida é solitária e um tanto quanto depressiva. Com o tempo, porém, ela descobre uma terapia de luto, que a ajuda a entender que existem fases da dor e que é necessário ultrapassá-las. Também encontra uma pessoa ligada a Will, que ela nunca imaginou existir, mas que também contribui para sua recuperação psicológica. Além disso, ela encontra um novo amor, mesmo que em uma situação inesperada (e bastante dramática, diga-se de passagem), mas que mostra pra ela o quanto ainda ela pode amar.


Os passos dela me ajudaram a refletir sobre a vida, afinal, ela nem sempre anda pelos caminhos que queremos, o que não significa que não possamos encontrar uma forma de aproveitar os novos momentos e as surpresas dessa nova caminhada.



No terceiro e último livro, Ainda Sou Eu, a Lou começa a trabalhar em um novo emprego, em um país diferente, o que nos leva a pensar que talvez iremos perdê-la, perder sua personalidade e tudo o que nos fez nos apaixonarmos por ela. Mas o que acontece é justamente o contrário: passamos a amar ainda mais essa personagem pela força e dedicação que ela demonstra em relação ao caráter e à ética, nos levando a ver que não podemos deixar de ser quem somos para alcançar o sucesso. Durante o livro, ela se vê em situações muito complicadas, o que leva ela a pensar em desistir de suas escolhas e voltar para a Inglaterra. Essa, porém, deixa de ser uma solução quando ela recebe o apoio de uma pessoa que faz ela lembrar Will. Através dessa lembrança, e graças às experiências que o próprio Will teve em Nova York, cidade em que ela mora e trabalha, ela consegue se reencontrar. Consegue perceber que, depois de todos as dúvidas, incertezas e – por que não? – perrengues, ela tem força suficiente para perseguir um sonho que nem ela sabia que tinha, mas que faz parte das descobertas que ela fez sobre si mesma ao morar em um país diferente. E é esse sonho, sem deixar de lado a pessoa que ela sempre foi e sua personalidade incrível, que a faz se tornar a pessoa preenchida e segura de si do final do livro, e da trilogia.


Eu simplesmente me apaixonei pela Lou no primeiro livro. 💓 A personalidade delicada dela, cheia de nuances e singularidades me fez perceber ainda mais o quanto é importante manter nossa essência, mesmo quando os dias parecem perdidos e escuros. São os nossos princípios e detalhes da pessoa que nos tornamos que fazem com que os dias sejam mais coloridos e felizes para pelo menos uma pessoa: nós mesmos. E é isso que faz com que as pessoas que amamos fiquem ao nosso lado, sorrindo. É por isso que repito que a Jojo que nos apresentou a Lou é uma escritora muito sensível, sensível a ponto de fazer ligações com a vida de verdade, a vida que vivemos todos os dias, e, assim, nos ajudar a seguir em frente também, ir atrás do que queremos, mesmo que seja necessário atravessar o oceano para nos sentirmos completos.


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Postado pela Ina.

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1 comentários

Skoob do Fabio

Skoob da Ina

Obrigado pela visita! :D